[10 x 15 cm / 44 págs. / R$ 25,00]
O ensaio Trair a noite medita a respeito da ambiguidade que o último poema de Concerto e Arquitetura incorpora ao trabalho de Santo Souza. A princípio, a autora Luís Matheus Brito mergulha no jogo de ressonâncias entre sujeito lírico e sujeito empírico de “Quase canção para embalar José”, chamando a atenção para a impossibilidade de despontar traços melódicos ao longo da leitura. Despontam, na melhor das hipóteses, entroncamentos rítmicos. Assim, a ironia guia a peça, que, em vez do corte abrupto e ágil característico de boa parte dos poemas de Concerto e Arquitetura, possui versos que se prolongam até o fim da página. Sem adesões ao espaço em branco, a mancha gráfica de “Quase canção para embalar José” se distingue dos pares. [...]
Dia 7 de agosto, a partir das 14h30, no Centro Cultural de Aracaju
A obra de Davi Cavalcante é o ponto de partida para a próxima edição do Criação de Tilápias, cujo debate pode passar por tópicos como forma e expansão, sobretudo por conta do trabalho Do que são feitos os muros — espécie de performance-instalação-escultura que, desde 2020, corresponde ao valor insólito das práticas do artista. Melhor dizendo, do multiartista, que encontra — em linguagens como o cinema, a fotografia e a performance — modos de fazer inclassificáveis, modos de fazer em expansão ininterrupta. Em Do que são feitos os muros, Cavalcante subverte, por exemplo, o uso tradicional de chaves de fenda para escrever palavras em blocos que, aos poucos, compõem um muro. Para o autor, isso é a representação de um conflito que esbarra tanto no racismo quanto em outras violências. [...]